how to add a hit counter to a website

21 de dez. de 2006

2006. Um Anus a se esquecer

Senhoras e senhores, diante de fatos tão estarrecedores como os que vimos nesses últimos doze meses, chega-se à indiscutível conclusão de que 2006 foi uma merda. Afirmo e posso provar. Sigam-me.

Como muitos de vocês já sabem eu costumava escrever, por mera bazófia, um resuminho daquilo que de mais relevante se passava na revista Caras, sem dúvida o mais importante semanário dessa nação. Imagino que alguns de vocês, os mais atentos, devem ter percebido que faz tempo que eu não mais o escrevo. Os muito chegados me perguntaram por que, os trutas me subornaram com presentes e favores para me fazer voltar atrás, os lambe-sacos me diziam que "era super bacana" e até minha mulher ameaçou me mandar para o sofá caso eu não voltasse a escrever o resumo. Resisti a tudo e a todos. Querem saber por que?

Não? Fodam-se, vou contar mesmo assim: desilusão. Pura e simples.

Vejam só. Quando alguns amigos e eu criamos o Grande Prêmio Caras, há coisa de dois ou três anos atrás, tínhamos a intenção de consagrar personagens ilustres do celebralato nacional. De conservar para a posteridade o nome de heróis do showbiznes como Bruno Chateaubriand, Roberto Camasmie, Preta Gil, Orlando Morais e o Padre Antonio Maria. Mas, aos poucos, sem que conseguíssemos nos dar conta, o brilho da nossa premiação foi ofuscado por figuras menores e desinteressantes.

Me desiludi. Não tenho vergonha de dizer. Mas também, me digam se eu não tenho motivos. A campeã absoluta desse ano foi a Karina Bacchi (!!!). Eu até parei de acompanhar o placar, mas não consigo acreditar que alguém tenha conseguido alcançá-la. Ainda mais depois da infindável lista de golpes baixos e mutretas que ela engendrou nesse final de certame. Beijou na boca do baixinho da Kaiser, aplicou piercing na xavasca, freqüentou até reunião de condomínio pra tentar ser fotografada. Patético.

Não é pra tanto, podem pensar vocês. Foi um ano atípico, diriam uns. Até o Bahia já foi campeão brasileiro, argumentariam outros. Ano que vem tudo volta ao normal. Será mesmo? Minha grande aposta para 2007 era o senhor Marcelo Silva, o abnegado sujeito que garantiu seu lugar na elite do celebralato à custa de sentar a lingüiça na Suzana Vieira. Acreditei que ele seria o Garnerão do ano que vem. E me lasquei. Não é que esse filha da puta me põe tudo a perder e é flagrado descendo a lenha em uma vagaba em um motel de Jacarepaguá? Quem conhece minimamente o Rio de Janeiro vai concordar comigo que só o fato do cidadão pisar em Jacarepaguá seria motivo para desqualificá-lo como representante do jet set. Jacarepaguá, se não for o cu, é o rêgo do mundo. Ô lugarzinho xexelento. E como se não bastasse freqüentar tal periferia, ele ainda o faz para pegar puta e descer-lhe o cacete. É o fim dos tempos. Podemos esperar para os próximos dias a chegada da peste, dos gafanhotos e as primeiras chuvas de ácido sulfúrico.

Decidi me aposentar. O celebralato não me emocionava mais. Vi coisas lindas nesses últimos meses* e nem isso me animava a voltar a escrever o resumo. O bachastral tomou conta de mim. Não foi senão até outro dia, quando acordei de madrugada pra fazer um pipi e tomar uma água, que me deparei com algo que me fez mudar de idéia. Uma caneca da Caras que me foi presenteada por um grandissíssimo amigo e que jazia guardada em um armeario, só juntando poeira. Não sei se foi o espírito natalino, a visão da xícara ou a mera lembrança da minha faca exclusiva da Ilha de Caras que me fez voltar atrás. Decidi que é preciso mais de uma loira com a xereca espetada pra me fazer parar de comentar o celebralato. E mais: por que só a Caras? Por que não falar de outras tantas revistas, outros tantos programas de TV, vídeos do You Tube ou o cacete a quatro? Por que não ceder ao clamor popular e escrever um blog, embora continue acreditando que quem escreve blog é viado?

O celebralato nacional é como o universo paralelo de "A História Sem Fim". Ele só existe enquanto ainda acreditarmos nele. Por isso, pela gengiva de Bruno Chateaubriand, pelo sobrôlho do Garnero, pela sudorese de Orlando Morais, pelo bigode do Jayme Periard, pelo Moacyr Franco, pelo Latino, pelo filho da Kelly Key com o Mico Freitas, podem avisar que voltei. E 2007 vai ser foda!

Sem mais,

C.



* alguns dos momentos mágicos que presenciei e gostaria de dividir com vocês:

- Luciana Gimenez entrevistou noite dessas o estilista Ronaldo Ésper em seu programa de TV. O pinta tentava, em vão, convencer-nos de que não é viado e que só tem esse jeito abicholado porque passou parte significativa de sua infância em Paris e Roma. Ao que a jumenta retruca: "Entendi. É por isso que te falta essa coisa latina...". Ri por sete minutos, contados no relógio.

- Também dia desses, em Mogi das Cruzes (não me perguntem o que fui fazer lá...) me deparei com uma edição especial da Caras em que todos os textos apareciam em português e, ao lado, traduzidos em inglês, sei lá eu por que caralhos. E as traduções eram tão geniais que eu até memorizei:

- tinha uma foto do golfista Tiger Woods ao lado da namorada e uma surpreendente legenda que dizia "O golfista Tiger Woods e sua namorada". O título em inglês era "Golfis beautiful very first lady". Assim mesmo: "Golfis".

- A outra era uma foto da Gwyneth Paltrow com o cachorrinho de estimação. A legenda em inglês dizia "Gwyneth avoids cute dog."

- Quem não entendeu as piadas acima favor aprimorar-se no estudo do inglês porque senão, camarada, não vais arrumar emprego nem na Blockbuster.

2 comentários:

Anônimo disse...

Simplesmente um luuuuuxoooooooo!
No ano em que perdemos Athaide Patreze,
não poderíamos perder Carlos Schleder.
Vou te mandar umas Caras de Portugal, para
ajudar a abrilhantar este blog tão imprescindível na vida de todos nós. Você é genial. Talvez um pouco gay mesmo, mas genial. Beeeeeeeijo.

Anônimo disse...

Não é uma caneca, João Carlos. É o verdadeiro Santo Graal. Está lá no Código Da Vinci, confira você mesmo. Quem diria que aqueles 7,90 dariam tanto retorno? Salute Campari!

djou